"Pra Descrever Uma Mulher Não É Do Jeito Que Quiser Primeiro Tem Que Ser Sensível Se Não É Impossível Quem Vê Por Fora Não Vai Ver Por Dentro O Que Ela É É Um Risco Tentar Resumir Mulher De Um Lado É Corpo E Sedução Do Outro Força E Coração É Fera E Sabe Machucar Mas É Primeira A Te Curar Sempre Faz O Que Bem Quer Ninguém Pode Impedir E Assim Começo A Definir Mulher Mulher, Entre Tudo Que Existe É Principal Pra Você Gerar A Vida É Natural Esse É O Mundo Da Mulher Mulher, Que A Divina Natureza Fez Surgir A Mais Linda Obra Prima Que Alguém Já Viu Assim Nasceu A Mulher Nas Mãos De Deus Por Mais Que Um Homem Possa Ter Sem Ela Não Dá Pra Viver Às Vezes Pede Proteção Pra Ter Um Pouco De Atenção Se Finge Ser Tão Frágil Mas Domina Quem Quiser Pois Ninguém Pode Definir Mulher ( SANDRA E MIRINHA)


18 de mai. de 2010

SEIS SILÊNCIOS


Este foi o unico céu que vi ontem, da varanda.

Frio,vermelho, uma arvore entre o ceu e eu.

Estavmos lá , na mesma varanda seis silencios, sem saber que rumo tomar, e como será daqui por diante.

Seis silencios gritantes de dor,numa solidão que uma dor não se completava em outra.

cada qual com suas lembranças, seus medos, remorsos,vontade de que tudo aquilo ali não passasse de um breve sonho ruim.

seis silêncios e uma vontade de dizer coisas, mas não havia consolo. Apenas uma porta aberta dizendo ao mundo, que estávamos ali,sem querer.

Seis silêncios, entre a pedra que fecharia o túmulo, ao pedido de socorro atraves das paredes fria, que naquela noite fazia.

O sono que vinha, e resistiamos, por que cada minuto era primordial pra um ultimo adeus,um afago nas mãos gélidas mas a face serena.

Seis silêncios, que faziam daquela noite um filme a rodar entre pensamentos de todas as faltas que fazem os que foram, incorporados naquela sala,como cheiro de flores e choro.

Seis silêncios, onde a fumaça de cigarro servia de consolo, um após o outro, como que, se queimássemos toda a angustia que nos consumia....queríamos apenas queimar nossas dores como se escritas num papel.

Das lembranças que ficam,coisas muito, muito boas,fatos também idesejosos, parte de vidas que queriamos reconstruir,mas a felicidade tinha se instalado lá , do jeito dela, de tal maneira, que ficava impossível conter.

Seis silêncios, que agora caminham em direção a reformular,reestruturar,reeerguer,mais uma vez.

Mais quantas vezes?


seis silencios,

cinco silencios,

quatro silencios,

tres silencios,

dois silencios,

um silencio

silencio.

13 de mai. de 2010

VIOLÊNCIA E AGRESSÃO da criança e do adolescente - 1


VIOLÊNCIA E AGRESSÃO da criança e do adolescente - 1
A legislação brasileira considera como criança a pessoa com idade entre zero e doze anos, e passíveis apenas da aplicação de medidas protetoras quando cometem infração (delinqüência) ou se encontram em situação de risco,  de acordo com o art. 101 da Lei n. 8069/90, que é o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
A adolescência, por sua vez, se considera para pessoas entre os doze e os dezoito anos, encontrando-se as mesmas sujeitas à aplicação das mesmas medidas protetoras e à aplicação de medidas sócio-educativas (art. 112 do mesmo Estatuto da Criança e do Adolescente).
Concomitantemente, a legislação imputa aos pais as medidas previstas no art. 129 do sEstatuto da Criança e do Adolescente, em caráter administrativo, possibilitanto ainda a aplicação de multa por infração ao art. 249 da mesma lei. 
Tais medidas citadas decorrem da filosofia de proteção integral ao menor. A pergunta que emocionalmente e moralmente fazemos é a seguinte: menor de que ou de quem? - Menor de altura, de idade, de maturidade... menor que a vítima, menor que a vontade política, que a capacidade da justiça... enfim, meno do que o que?
Pretensamente as medidas de proção ao menor almejam um caráter eminentemente desenvolvimentista e formador da cidadania, enquanto as medidas sócio-educativas, pretendem-se com caráter punitivo ou recuperadoras, bem como administrativo/punitivo.
A agressividade é sempre um tema da atualidade, especialmente a agressividade juvenil, atualmente relacionada às ações das gangues, dos franco-atiradores de escolas, dos queimadores de mendigos, dos homicidas de grupos étnicos, ou simplesmente dos agressivos intrafamiliares.
Não devemos acreditar que a violência infanto-juvenil restringe-se aos internos da FEBEM ou às classes menos favorecidas da sociedade, conforme bem alerta Paulo Ceccarelli. Existe uma população de delinqüentes em outras classes sociais mais protegidas, seja pelos muros dos condomínios de luxo, seja por estatutos sociais não-escritos que zelam dos "bons hábitos familiares", enfim, existe uma população de delinqüentes que  raramente é punida e cujos atos nunca chega aos nossos ouvidos.
Os adolescentes e jovens que se destacam pela hostilidade exagerada, podem ter um histórico de condutas agressivas que remonta a idades muito mais precoces, como no período pré-escolar, por exemplo, quando os avós, pais e "amigos" achavam que era apenas um "excesso de energia" ou uma travessura própria da infância.

 
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A conduta agressiva entre os pré-escolares e escolares é influenciada por fatores individuais, familiares e ambientais. Entre os fatores individuais encontramos a questão do temperamento, do sexo, da condição biológica e da condição cognitiva.
A família influi através do vínculo, do contexto interacional (das interações entre seus membros), da eventual psicopatologia e/ou desajuste dos pais e do modelo educacional doméstico. A televisão, os videogames, a escola e a situação sócio-econômica podem ser os elementos ambientais relacionados à conduta agressiva. Embora esses três fatores (individuais, familiares e ambientais) sejam inegavelmente influentes, eles não atingem todas as pessoas por igual e nem submete todos à mesma situação de risco.
O que se sabe, estatisticamente, é que a agressividade manifestada em idade pré-escolar, infelizmente evolui de forma negativa. Por isso necessitamos estudar e esclarecer os limites entre as travessuras da infância dos Transtornos de Conduta, o tão propalado excesso de energia do Transtorno Hipercinético, a responsabilidade tão meritosa, comum na criança "tipo adulto", da Depressão Infantil. Precisamos estudar e esclarecer os limites entre a "personalidade forte" da criança, relatada pelo pai com certa ponta de orgulho, das condutas completamente desadaptadas da infância e com enorme possibilidade de evoluir para um quadro mais grave.
A agressividade, por si só, não pode ser considerada um transtorno psiquiátrico específico, ela é, antes disso, sintoma que reflete uma conduta desadaptada. Como sintoma ela pode fazer parte de certos transtornos. Podemos dizer até, que a conduta agressiva costuma ser normal em certos períodos do desenvolvimento infantil, está vinculada ao crescimento e cumpre uma função adaptativa. Essa agressividade normal e fisiológica também é chamada de agressividade manipuladora.
Para definir a criança agressiva, ou melhor, para conceituarmos a criança agressiva, temos que compreender o conceito de Reação Vivencial. Dentro desse conceito, criança agressiva seria aquela que apresenta Reações Vivenciais hostis, recorrentes e desproporcionais aos estímulos, para a resolução de conflitos ou consecução de objetivos. Esse conceito de Reação Vivencial (não normal) ressalta o aspecto da freqüência excessiva, da desproporção e da dificuldade adaptativa.
Quando a conduta agressiva está combinada com outras alterações de condutas desadaptadas, como por exemplo, com a Hiperatividade Infantil, ela apresenta um quadro mais grave, com mais problemas de interação e pior prognóstico. As crianças agressivas e hiperativas são mais problemáticas que as crianças só agressivas ou só hiperativas, e mais problemáticas que as crianças do grupo controle (Sansom, Smart, Prior e Oberklaide, 1993).
Outra observação relevante é sobre a agressividade associada a alguns traços básicos da personalidade. As crianças agressivas e simultaneamente retraídas, por exemplo, têm pior adaptação que as crianças só agressivas ou só retraídas. Dessa forma, somos inclinados a pensar que a combinação de várias condutas desadaptadas aumentaria a vulnerabilidade para problemas mais sérios de agressividade.
Em psiquiatria, o mau funcionamento adaptativo se considera sempre como um valioso índice de mau prognóstico. As crianças caracterizadas por hiperatividade, impulsividade e desatenção, juntamente com agressividade e que, além disso, têm uma maior disfunção adaptativa, têm maior probabilidade de serem diagnosticadas portadoras de Transtorno de Conduta e de Depressão Maior (Sheltom, Barkley, Crosswait, 1998).
De qualquer forma, hoje se acredita que a agressividade já pode aparecer em idades pré-escolares e, quando se manifesta, tende a continuar. Além disso, quando a agressividade é combinada com outras condutas problemáticas e desadaptadas a evolução será muito pior.
 Fatores Implicados na Agressão e Violência da Criança
Os fatores implicados na gênese da Agressão e Violência devem ser considerados sob dois aspectos:
1. - A pessoa
2. - O meio
1. A Pessoa
Os aspectos próprios da criança são basicamente o temperamento (e caráter), as diferenças de sexo e as condições neurológico-cognitivas.
Temperamento
Tradicionalmente se observa que as crianças agressivas costumam ter algum traço difícil na personalidade. Tal observação tem se traduzido, popularmente, por termos como personalidade forte, genioso, temperamental ou coisas assim. Esses adjetivos podem dissimular (demagogicamente) a opinião dos pais e dos avós sobre essas crianças, tentando minimizar alguma coisa que eles vêem (intimamente) como eventualmente problemática.
Considerando tipos de temperamento tais como, simplesmente, ativo, variável e tímido, vamos observar que os temperamentos ativo e variável se correlacionam mais positivamente com agressividade em meninas. Em meninos as correlações hostilidade-temperamento são mais significativas entre os meninos do tipo ativo (Hinde, Tamplim e Barrett, 1993).
Certos aspectos de dificuldade no controle emocional, assim como algumas outras características temperamentais observadas ainda em bebês, são bons indicadores de conduta agressiva em idade pré-escolar e aos 8 anos.
As pessoas que trabalham em berçários de hospitais podem testemunhar as diferenças entre os bebês. Tem aqueles que choram mais, gritam, resmungam, dormem mais, ficam quietos, agitados, etc. Essas diferenças falam a favor de força do temperamento e da constituição na maneira do ser se relacionar com o mundo.
O temperamento, responsável pela maneira como a pessoa se relaciona com a realidade, pode ser entendido como uma espécie de moderador das relações interpessoais das crianças com seus cuidadores. Através desse conceito, as crianças com um temperamento mais ativo, intenso, irritável, têm maior probabilidade de reagir de forma inapropriada ou exagerada diante de pequenas dificuldades.
Essas crianças, devido a sua conduta explosiva, tendem a criar estresse na relação com a mãe, e isso poderia fazer com que essas mães tendam a dificultar o contato com esses filhos, normalmente considerados "difíceis", e tendam a considerar a conduta dessas crianças como problemáticas. Essa dinâmica implicaria uma interação mãe-filho deficiente, a qual poderia ser o início do desenvolvimento de condutas agressivas (Pattersom, Dishiom e Reide, 1992).
Condição neurobiológica
Algumas pesquisas procuram relacionar a atividade da enzima MonoAminaOxidase (MAO) plaquetária diminuída com uma baixa capacidade de controle dos impulsos. Níveis baixos do neurotransmissor serotonina também foram relacionados a alguns comportamentos complicados, como por exemplo o suicida, piromaníaco, agressivo e cruel.
Na área dos transtornos explosivos e agressivos, recentes investigações sugerem que o aumento de serotonina pode moderar brilhantemente o caráter impulsivo e irritável nas pessoas agressivas. Por outro lado, enquanto pode haver déficit de serotonina nas pessoas agressivas, outros neurotransmissores, como a dopamina e a noradrenalina, podem estar aumentados. Portanto, há tempos já se sabe que o Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade se associa com disfunção da dopamina nos circuitos frontal-estriados e anomalias no sistema da serotonina se associam com a conduta agressiva.
As estruturas límbicas e os lobos frontal e temporal são os centros onde se situam as áreas relacionadas à expressão da agressividade. Comparando-se a ativação lobo frontal do hemisfério direito com lobo frontal do hemisfério esquerdo, descobre-se que em meninas de 4 e 8 anos com Transtorno de Oposição na Infância (veja no CID.10 e no DSM.IV) há uma maior atividade frontal direita, mas os meninos, também com Transtorno de Oposição na Infância, não mostraram esta assimetria. Também não apresentam assimetria e nem predomina a atividade frontal esquerda as meninas sadias. Os meninos sadios, por sua vez, têm uma maior atividade frontal direita (para medir atividade do lobo frontal usa-se o Spect).
Alguns autores (DeLacoste, Horvath e Woodwarde, 1991) sugerem que a testosterona no útero promove o crescimento do hemisfério direito em meninos, e que o estresse pré-natal materno poderia interferir neste padrão fazendo que se desenvolva mais o hemisfério esquerdo que o direito em homens, favorecendo condutas agressivas (temperamento).
Mas nem por causa dessas observações as assimetrias no córtex frontal implicam direta e obrigatoriamente numa categoria diagnóstica, elas apenas podem refletir um estilo afetivo característico e uma vulnerabilidade para alguns transtornos emocionais (Baving, Laucht e Schmidt, 2000).
Outra novidade nessa área de pesquisa é a relação dos Movimentos Gerais do bebê e a disposição para desenvolver algum transtorno neurológico, do tipo Transtorno de Atenção com Hiperatividade ou alguma outra conduta agressiva (Hadder-Algra e Groothuis, 1999). No período que vai da concepção até 3 a 4 meses de vida, o bebê realiza Movimentos Gerais característicos que se dividem em três fases: "preterm", "writhing" e "fidgety". Tem-se visto que uma fase "fidgety" (inquietação, intranqüilidade) medianamente anormal, no sentido da falta de fluidez nos movimentos, é preditiva de problemas de conduta em idade escolar.
Experimentos realizados com animais sugerem que uma ligeira anormalidade da fase "fidgety" se associa com uma disfunção no sistema monoaminérgico, o qual explicaria sua relação com problemas de atenção. Estas disfunções monoaminérgicas poderiam ser conseqüentes a pequenas hipóxias (falta de oxigênio) precoces, incluindo no momento do parto.
As implicações clínicas dessas investigações são muito interessantes: um menino com uma fase "fidgety" meio anormal, por exemplo, estaria predisposto a desenvolver um transtorno neurológico menor, um Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade e agressividade, sempre e quando haja condições ambientais adversas suficientes.
Condição cognitiva
As crianças com problemas de conduta podem ter dificuldades na leitura e déficits nas habilidades verbais. Moffitt (1993) encontrou um Quociente Intelectual 8 pontos abaixo da média em meninos com problemas anti-sociais (de conduta). Esses atrasos no desenvolvimento mental puderam ser relacionados com vínculo desorganizado na idade de 18 meses e com a falta de cuidados da mãe (Lyons-Ruth, Alperm e Repacholi, 1993).
Tem-se observado que algumas consciências relacionadas às representações mentais da memória e das experiências passadas, podem ter implicações no controle (ou descontrole) da conduta agressiva. Uma criança que rememora eventos hostis, por exemplo, tenderia a reagir de maneira mais hostil, interpretar situações ambíguas ou neutras como se fossem ameaçantes e, por causa disso, responder de forma agressiva (Salzer, Lairde e Dodge, 1999).
Diferenças de sexo
Tem-se dito sempre que os meninos são mais agressivos que as meninas, que há mais casos de meninos agressivos que de meninas. Ultimamente, entretanto, essas diferenças estão diminuindo, provavelmente devido às mudanças sócio-culturais.
As eventuais diferenças de conduta entre os sexos emergem na idade escolar com o processo de socialização da criança. Os meninos, quem sabe por uma questão de maior imaturidade psicoemocional fisiológica, estão menos preparados psicologicamente que as meninas para a socialização, vida em grupo, participação cooperativa e, por isso, costumam ter mais problemas de adaptação e de orientação.
A hipótese que alega essa diferença de maturidade psicoemocional se estrutura na observação de defasagem dos meninos em relação às meninas da mesma idade na linguagem e nas habilidades motoras. Alguns autores afirmam que as meninas tendem a desenvolver condutas cooperativas mais precocemente, modelo que logo se aplica à situação escolar. Também se sugere que os meninos possam desenvolver, ao invés de condutas cooperativas, condutas competitivas. E isso favoreceria um modelo mais agressivo de comportamento (Prior, Smart, Sansom e Oberklaide, 1993).
Alguns trabalhos procuram mostrar, também, que mães pouco afetivas podem constituir uma situação de risco e predispor, meninos e meninas, ao desenvolvimento de condutas agressivas. Entretanto, não se sabe ainda ao certo porque, mantendo-se esta situação de risco durante 3 a 4 anos, os meninos aumentavam ou mantinham a agressividade e as meninas a diminuíam. De qualquer forma, parece que a hostilidade materna é preditiva de violência e conduta agressiva para ambos sexos.
Outros fatores de riscos parentais para o desenvolvimento de conduta agressiva precoce seriam, por exemplo, a ocorrência de depressão materna antes do parto, a psicopatologia materna, família com um só dos pais presentes, estressores familiares, baixo nível econômico e conflito matrimonial.
2. O Meio
Existem muitos estudos com menores infratores na Europa e nos Estados Unidos indicando que a principal causa do comportamento delinqüente estaria relacionada às condições socioeconômicas das famílias. É, sem dúvida, uma visão bastante acanhada do problema e a palavra "principal" pode nos cegar para outros aspectos; trata-se de um problema do ser humano e, ao se privilegiar quase exclusivamente as condições socioeconômicas, estaríamos tirando do cenário exatamente o principal personagem, o próprio ser humano, mais precisamente, a personalidade do ser humano delinqüente.
Dentro dos enfoques sócio-políticos da delinqüência, a psicóloga Maria Delfina elaborou um trabalho com jovens de Santos e São Paulo, mostrando alguns fatores de risco que podem levar o jovem à delinqüência. Para ela os principais fatores de risco para o comportamento dos infratores estão nas interações com a família e com os ambientes sociais mais próximos, como a escola, por exemplo. Refere Maria Delfina, que merecem ser destacadas as discórdias conjugais, a existência de psicopatologia (doenças mentais) na família e a rejeição pelos pares (colegas de escola).
Para Maria Delfina, a influência da renda familiar no comportamento dos menores tem um papel menos determinante. A psicóloga analisou 40 menores entre 12 e 18 anos das cidades de Santos e de São Paulo. Contrariando a tese da delinqüência ser proporcional à pobreza, entre os infratores entrevistados pela psicóloga, 4 estavam situados na faixa de 2 salários mínimos; três tinham renda de 3 a 6 salários e três se concentravam na faixa de 11 a 13 salários. Contrariando a tendência em achar que os mais pobres são mais delinqüentes, a pesquisa mostrou que no grupo dos menores não-infratores, o rendimento familiar mais alto foi de 20 salários, enquanto que, entre os infratores, o maior rendimento familiar foi de 40 salários.
Outro fator de risco para a criminalidade, aparentemente mais importante, foi a escolaridade, segundo Maria Delfina. No grupo de infratores, entre os que tinham idade para concluir o ensino fundamental, 15 não o fizeram. Uma pesquisa anterior, de 1997, realizada com 4.245 menores infratores, mostrou que 96,6% não haviam concluído o ensino fundamental. Destes, 15,4% eram analfabetos. É importante salientar que a literatura mostra porcentagens entre 10% e 20% de jovens delinqüentes que apresentam algum tipo de problema psicológico passível de intervenção clínica. 
Visões mais psicodinâmicas do problema, como faz Paulo Ceccarelli, consideram a delinqüência infanto-juvenil relacionada ao aumento do sentimento de desamparo, típico da nossa modernidade cultural, onde a descrença generalizada nos valores tradicionais, como a família, igreja, escola, etc, leva a uma intensa busca do prazer pessoal e do individualismo, em detrimento dos ideais coletivos. 
Nesse cenário cultural o sistema de produção, o modelo de prestígio pessoal e dos ideais de consumo substitui ou elimina de vez qualquer ideal pessoal que não se enquadre nesta referência. Uma outra origem para esta patologia social seria a imposição de padrões de valores éticos duvidosos e da busca incondicional de sucesso a que nossos jovens estão submetidos. Com tudo isso, os valores culturais de felicidade são então transformados em ideais a qualquer preço. 
   

Os pais como modelos e como educadores (ou não)
Os elementos contemporâneos cogitados no estudo do aumento da violência e agressividade dos adolescentes passa também pelo declínio do papel do pai (e da mãe), subtraído que foi por vários elementos da atualidade. Primeiro vem a dissolução das famílias. Na falência da função paterna (ou materna), a busca pelo prazer consumista desembesta a rédeas soltas, para grande número de jovens.
Em segundo lugar vem a tirania da liberdade incondicional, exigência que se dá sob o falso rótulo do progressismo e do politicamente correto. Liberdade é um termo que deveria ser usado no plural, liberdades. Liberdade para isso, para aquilo... e não para tudo, como exigem os adolescentes. A liberdade incondicional interessa fortemente para aqueles que sobrevivem, e muito bem, do afã juvenil em ir, comprar, beber, beber, comprar e ir. E esses mercenários da juventude não são, exatamente, donos de escolas, são empresários da noite, traficantes, os propagandistas de drogas e costumes...
Em terceiro, vem a propaganda do orgasmo proporcionado pelo prazer como um fim em si mesmo, prazer do consumo, do poder, do não-perder-um-minuto, do fazer porque "todos fazem"... Convencem os jovens, por má fé, que em não se tendo..., não se é feliz. A transformação de pessoas reconhecidamente contraventoras em espécies de ídolos e de modelos de vir-a-ser, cujas atitudes criminosas são públicas e impunes, é um dos mais fortes estímulos  à delinqüência. 
Em quarto, de acordo com palavras de Paulo Ceccarelli, se seguirmos as mudanças no Código Civil referentes ao Direito Paterno veremos que, desde o Direito Romano até hoje, houve um enfraquecimento do poder do pai sobre o filho. Tais mudanças foram mais dramáticas no final do Século XIX e início do XX, com as novas leis de mercado. Cada vez mais, em nome do "interesse da criança", instituições sociais passaram a substituir o pai. Cada vez que o "bem-estar da criança" está supostamente em jogo, o pai pode ter seu poder familiar limitado ou anulado.
Mas, não devemos tomar sempre por falência da função e da autoridade paterna a omissão voluntária ou por descaso por parte dos pais. Não é isso. É antes, a perda da batalha travada com um exército muito mais numeroso. Do exército "dos inimigos" participam boa parte da mídia, que mostra a glória do sucesso, da fama e do consumo, mas não mostra os meios lícitos de se atingir essas metas, boa parte da propaganda, que convence ser obrigatórias muitas coisas, hábitos e atitudes que são, de fato, facultativas e, não finalmente, boa parte dos ditadores da moda e dos costumes, a quem interessa que as coisas tenham o rumo que estão tomando.
Também a falta de habilidades sociais e os traços anti-sociais dos pais são considerados importantes fatores de risco familiar (Pattersom e Bank, 1989). Os traços anti-sociais maternos são os principais contribuintes para o desenvolvimento de interações coercitivas as quais, em ambientes familiares, excluem e dificultam a utilização de técnicas positivas de motivação e guia na educação dos filhos (Veja Personalidade Dissocial no CID.10 e Personalidade Anti-social do DSM.IV).
Pais com traços anti-sociais da personalidade, além de não transmitirem uma imagem meritosa aos filhos, podem ter dificuldades para dar mostras de aprovação e incentivo para as boas atitudes de seus filhos, não respeitam sua autonomia e espaço social, além de disciplinarem inadequadamente, com excesso de permissividade quando devem ser mais fortes e exageradamente agressivos quando não precisam. 
E as mães? Algumas mães talvez sejam as principais artífices da falta de dever, responsabilidade e limites de seus filhos. Atitudes superprotetoras, tão ou mais graves que seu oposto, a negligência materna, acabam resultando em pessoas sem nenhuma tolerância à frustração. Pessoas sem tolerância à frustração costumam tomar a força o que querem ou, quando não conseguem, costumam encher as filas dos histéricos nos ambulatórios de psiquiatria. E a sociedade parece desculpar prontamente essas mães, afinal, como dizem, mãe é mãe...
Talvez as mães confundam o papel materno com a permissividade extrema em busca da simpatia de seus filhos. Outras vezes pretendem, com essa absoluta falta de limites para seus filhos, serem tidas por moderninhas e joviais. A grande maioria das mocinhas adolescentes grávidas contam prontamente para suas mães seu estado de gestante, normalmente porque têm certeza que serão prontamente compreendidas, perdoadas e aceitas. Como se constata, essa atitude benevolente serve muito bem para uma segunda e terceira gestações indesejadas
Algumas crianças envolvidas em situações agressivas não aprenderam as habilidades sociais necessárias e desejáveis para relacionar-se com os demais, não são disciplinados para a consecução de objetivos e não aceitam críticas. Isso muitas vezes reflete um modelo de conduta aprendido no ambiente doméstico.
Com freqüência as mães dessas crianças agressivas tendem a atribuir mais hostilidade às condutas de seus filhos, qualificando negativamente traços de suas personalidades e ressaltando sempre a má conduta da criança. Em vários estudos aparece uma correlação entre a agressividade infantil e a tendência das mães a realizar atribuições hostis à conduta desses filhos. (Dix e Lochmam, 1990). Não é raro que a mãe constantemente estabeleça comparações desvantajosas e depreciativas entre as condutas agressivas dessas crianças problemáticas com outras crianças e, às vezes, com seus próprios irmãos.

Violência e Agressão; da criança, do adolescente e do jovem - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet,

ADOLESCÊNCIA E PARTO.


A adolescência é um período de mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais que separam a criança do adulto, prolongando-se dos 10 aos 20 anos incompletos, segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), ou dos 12 aos 18 anos de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil. 
As piores complicações do parto tendem a acometer meninas com menos de 15 anos e, serão piores ainda em menores de 13 anos. A mãe adolescente tem maior morbidade e mortalidade por complicações da gravidez, do parto e do puerpério. A taxa de mortalidade é 2 vezes maior que entre gestantes adultas.
A incidência de recém nascidos de mães adolescentes com baixo peso é duas vezes maior que em recém nascidos de mães adultas, e a taxa de morte neonatal é 3 vezes maior. Entre adolescentes com 17 anos ou menos, 14% dos nascidos são prematuros, enquanto entre as mulheres de 25 a 29 anos é de 6%.A mãe adolescente também apresenta com maior freqüência sintomas depressivos no pós-parto.
Em 2000, segundo Raquel Foresti, foram realizados 689 mil partos de adolescentes no Brasil, o equivalente a 30% do total dos partos do país. Hoje são mais de 700 mil partos de adolescentes por ano. O número é um golpe contra as várias iniciativas voltadas para a prevenção da gravidez na adolescência.
O que tem preocupado obstetras em geral, é a possibilidade da gravidez na adolescência ser considerada "de risco", com conseqüentes complicações por ocasião do parto. Segundo Marco Aurélio Galletta e Marcelo Zugaib, a gravidez será considerada de risco quando a gestante ou o feto estão sujeitos a lesões ou mesmo morte, em decorrência da gravidez ou puerpério (após o parto). 
Segundo esses autores, a mortalidade materna e peri-natal é maior na gravidez na adolescência. No Brasil, grande parte das mortes na adolescência estão relacionadas à complicações da gravidez, parto e puerpério. As complicações mais freqüentes da gravidez e parto na adolescência são: 
1- toxemia gravídica, que é uma doença hipertensiva da gravidez com fortes possibilidades de convulsões; 
2 - maior índice de cesarianas; 
3 - desproporção céfalo-pélvica, que é uma desproporção entre o tamanho da cabeça do feto e a pelve da mãe; 
4 - síndromes hemorrágicas, chamada de coagulação vascular disseminada; 
5 - lacerações perineais, envolvendo vagina e, às vezes do ânus; 
6 - amniorrexe prematura, que é ruptura precoce da bolsa e; 
7 - prematuridade fetal.

Um dos sites mais didáticos sobre sexualidade e adolescência é o Manual do Adolescente. Veja um trecho sobre gravidez, um verdadeiro beabá do tema:
"As meninas menstruam todo mês, e entre uma menstruação e outra, os ovários soltam um óvulo. Quando isto ocorre, chamamos de ovulação, e a menina encontra-se em seu período fértil, na fase em que ela pode engravidar. Pois se o óvulo encontrar um espermatozóide ele vai ser fecundado e formar um embrião, iniciando-se assim uma gravidez. Portanto, para que uma menina esteja grávida, primeiro ela tem que estar em seu período fértil. É necessário que exista o óvulo. Segundo, para formar o embrião é necessário à presença do espermatozóide. Os espermatozóides passarão ter contato com a menina quando o menino ejacular. Para haver o encontro eles devem ser depositados na vagina, o menino tem que gozar na vagina.
Muitos meninos e meninas enviam-nos perguntas para saber se ao fazer sexo anal, à menina pode ficar grávida. Sexo anal não engravida. Isso porque, os espermatozóides não vão encontrar o óvulo, são canais diferentes, o da vagina leva ao útero e o do ânus, não. Mas, pode acontecer um acidente quando o menino gozar, e escorrer um pouco de espermatozóide na vagina, e se a garota tiver no período fértil, ela poderá engravidar.
Outra situação muito prazerosa, porém, de risco quando não está usando a camisinha é, quando se fica brincando com o pênis na vagina, e na hora de gozar, tira o pênis da vagina para ejacular fora, e acaba ejaculando na entrada da vagina ou quando os meninos tiram na hora de gozar, escapa um pouquinho antes.
Uma vez formado o embrião, ele vai crescer no útero. Quando se está grávida não se menstrua, porque agora, o útero está com o neném dentro dele e, se sangrar, ele vai perder o embrião. Assim, o primeiro sinal de uma gravidez é a falta da menstruação, porque agora, o útero está ocupado em alimentar e proteger o embrião que se encontra dentro dele."

GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA



GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA - 1
A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, com sérias conseqüências para a vida dos adolescentes envolvidos, de seus filhos que nascerão e de suas famílias.
A incidência de gravidez na adolescência está crescendo e, nos EUA, onde existem boas estatísticas, vê-se que de 1975 a 1989 a porcentagem dos nascimentos de adolescentes grávidas e solteiras aumentou 74,4%. Em 1990, os partos de mães adolescentes representaram 12,5% de todos os nascimentos no país. Lidando com esses números, estima-se que aos 20 anos, 40% das mulheres brancas e 64% de mulheres negras terão experimentado ao menos 1 gravidez nos EUA .
No Brasil a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, número que representa três vezes mais garotas com menos de 15 anos grávidas que na década de 70, engravidam hoje em dia (Referência). A grande maioria dessas adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa da repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam os estudos.
A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, de 1996, mostrou um dado alarmante; 14% das adolescentes já tinhas pelo menos um filho e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Entre as garotas grávidas atendidas pelo SUS no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos. Nesses cinco anos, 50 mil adolescentes foram parar nos hospitais públicos devido a complicações de abortos clandestinos. Quase três mil na faixa dos 10 a 14 anos.
Segundo Maria Sylvia de Souza Vitalle e Olga Maria Silvério Amâncio, da UNIFESP, quando a atividade sexual tem como resultante a gravidez, gera conseqüências tardias e a longo prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido. A adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto. É por isso que alguns autores considerem a gravidez na adolescência como sendo uma das complicações da atividade sexual.
Ainda segundo essas autoras, o contexto familiar tem uma relação direta com a época em que se inicia a atividade sexual. As adolescentes que iniciam vida sexual precocemente ou engravidam nesse período, geralmente vêm de famílias cujas mães se assemelharam à essa biografia, ou seja, também iniciaram vida sexual precoce ou engravidaram durante a adolescência. 
Sites sobre Gravidez na Adolescência
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O comportamento sexual do adolescente é classificado de acordo com o grau de seriedade. Vai desde o "ficar" até o namorar. "Ficar" é um tipo de relacionamento íntimo sem compromisso de fidelidade entre os parceiros. Num ambiente social (festa, barzinho, boate) dois jovens sentem-se atraídos, dançam conversam e resolvem ficar juntos aquela noite. Nessa relação podem acontecer beijos, abraços, colar de corpos e até uma relação sexual completa, desde que ambos queiram. Esse relacionamento é inteiramente descompromissado, sendo possível que esses jovens se encontrem novamente e não aconteça mais nada entre eles de novo (veja Hábito de Ficar Com....).
Em bom número de vezes o casal começa "ficando" e evoluem para o namoro. No namoro a fidelidade é considerada muito importante. O namoro estabelece uma relação verdadeira com um parceiro sexual. Na puberdade, o interesse sexual coincide com a vontade de namorar e, segundo pesquisas, esse despertar sexual tem surgido cada vez mais cedo entre os adolescentes (veja Adolescência e Puberdade). O adolescente, impulsionado pela força de seus instintos, juntamente com a necessidade de provar a si mesmo sua virilidade e sua independente determinação em conquistar outra pessoa do sexo oposto, contraria com facilidade as normas tradicionais da sociedade e os aconselhamentos familiares e começa, avidamente, o exercício de sua sexualidade. 
Há uma corrente bizarra de pensamento que pretende associar progresso, modernidade, permissividade e liberalidade, tudo isso em meio à um caldo daquilo que seria desejável e melhor para o ser humano. Quem porventura ousar se contrapor à esse esquema, corre o risco de ser rotulado de retrógrado. As pessoas de bom senso silenciam diante da ameaça de serem tidas por preconceituosas, interessando à cultua modernóide desenvolver um cegueira cultural contra um preconceito ainda maior e que não se percebe; aquele que aponta contra pessoas cautelosas e sensatas, os chamados "conservadores", uma espécie acanhada de atravancador do progresso. 
As atitudes das pessoas são, inegavelmente, estimuladas e condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. E a sociedade tem passado por profundas mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando "goela abaixo" a sexualidade na adolescência e, conseqüentemente, também a gravidez na adolescência. Portanto, à medida em que os tabus, inibições, tradições e comportamentos conservadores estão diminuindo, a atividade sexual e a gravidez na infância e juventude vai aumentando. 
Adolescência e Gravidez
A adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado, por alguns, um momento de conflitivo ou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo.
A puberdade, que marca o início da vida reprodutiva da mulher, é caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescência. Uma gravidez na adolescência provocaria mudanças maiores ainda na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural. Neste caso, muitas vezes a adolescente precisaria de um importante apoio do mundo adulto para saber lidar com esta nova situação.
Porque a adolescente fica grávida é uma questão muito incômoda aos pesquisadores. São boas as palavras de Vitalle & Amâncio (idem), segundo as quais a utilização de métodos anticoncepcionais não ocorre de modo eficaz na adolescência, inclusive devido a fatores psicológicos inerentes ao período da adolescência. A adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária.
A atividade sexual da adolescente é, geralmente, eventual, justificando para muitas a falta de uso rotineiro de anticoncepcionais. A grande maioria delas também não assume diante da família a sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional, que denuncia uma vida sexual ativa. Assim sendo, além da falta ou má utilização de meios anticoncepcionais, a gravidez e o risco de engravidar na adolescente podem estar associados a uma menor auto-estima, à um funcionamento familiar inadequado, à grande permissividade falsamente apregoada como desejável à uma família moderna ou à baixa qualidade de seu tempo livre. De qualquer forma, o que parece ser quase consensual entre os pesquisadores, é que as facilidades de acesso à informação sexual não tem garantido maior proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e nem contra a gravidez nas adolescentes.
Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo fato com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de ser levada a termo normalmente e sem grandes transtornos. Porém, havendo rejeição, conflitos traumáticos de relacionamento, punições atrozes e incompreensão, a adolescente poderá sentir-se profundamente só nesta experiência difícil e desconhecida, poderá correr o risco de procurar abortar, sair de casa, submeter-se a toda sorte de atitudes que, acredita, “resolverão” seu problema.O bem-estar afetivo da adolescente grávida é muito importante para si própria, para o desenvolvimento da gravidez e para a vida do bebê. A adolescente grávida, principalmente a solteira e não planejada, precisa encarar sua gravidez a partir do valor da vida que nela habita, precisa sentir segurança e apoio necessários para seu conforto afetivo, precisa dispor bastante de um diálogo esclarecedor e, finalmente, da presença constante de amor e solidariedade que a ajude nos altos e baixos emocionais, comuns na gravidez, até o nascimento de seu bebê.
Mesmo diante de casamentos ocorridos na adolescência de forma planejada e com gravidez também planejada, por mais preparado que esteja o casal, a adolescente não deixará de enfrentar a somatória das mudanças físicas e psíquicas decorrentes da gravidez e da adolescência.
A gravidez na adolescência é, portanto, um problema que deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser levado a sério o próprio processo do parto. Este pode ser dificultado por problemas anatômicos e comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve, a elasticidade dos músculos uterinos, os temores, desinformação e fantasias da mãe ex-criança, além dos importantíssimos elementos psicológicos e afetivos possivelmente presentes.
Para se ter idéia das intercorrências emocionais na gravidez de adolescentes, em trabalho apresentado no III Fórum de Psiquiatria do Interior Paulista, em 2000, Gislaine Freitas e Neury Botega mostraram que, do total de adolescentes grávidas estudadas na Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, foram encontrados: casos de Ansiedade em 21% delas, assim como 23% de Depressão. Ansiedade junto com Depressão esteve presente em 10%.
Importantíssima foi a incidência observada para a ocorrência de ideação suicida, presente 16% dos casos, mas, não encontraram diferenças nas prevalências de depressão, ansiedade e ideação suicida entre os diversos trimestres da gravidez. Tentativa de suicídio ocorreu em 13% e a severidade da ideação suicida associação significativa com a severidade depressão.
Procurando conhecer algumas outras características da população de adolescentes grávidas como estado civil, escolaridade, ocupação, menarca, atividades sexuais, tipo de parto, número de gestações e realização de pré-natal, Maria Joana Siqueira  refere alguns números interessantes.
Números interessantes da Gravidez na Adolescência
Porcentagem de grávidas entre 16 e 17 anos
84%
Primigestas (primeira gestação)
75%
Freqüentaram o pré-natal
95%
Tiveram parto normal
68%
Menarca (1a. menstruação) entre os 11 e 12 anos
52%
Não utilizavam nenhum método contraceptivo
56%
Usavam camisinha às vezes
28%
Utilizavam a pílula
16%

A primeira relação sexual ocorreu*:
até os 13 anos
10%
entre 14 e 16 anos
27%
entre 17 e 18 anos
18%
entre 19 e 25 anos
17%
depois dos 25 anos
2%
  
Ideação Suicida em Adolescentes Grávidas
Gisleine Vaz Scavacini de Freitas e Neury José Botega (Unicamp) têm um estudo sobre ideação de suicídio em adolescentes grávidas. Estudaram 120 adolescentes grávidas (40 de cada trimestre gestacional), com idades variando entre 14 e 18 anos, atendidas em serviço de pré-natal da Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba.
Do total dos sujeitos, foram encontrados: casos de ansiedade em 25 (21 %); casos de depressão em 28 (23%). Desses, 12 (10%) tinham ansiedade e depressão. Ideação suicida ocorreu em 19 (16%) das pacientes. Não foram encontradas diferenças nas prevalências de depressão, ansiedade e ideação suicida nos diversos trimestres da gravidez. 
As tentativas de suicídio anteriores ocorram em 13% das adolescentes grávidas. A severidade dessas tentativas de suicídio teve associação significativa com o grau da depressão, bem como com o estado civil da pacientes (solteira sem namorado).

8 de mai. de 2010

A MÃE MIRINHA.


Minha amiga, irmã, e companheira,a quem devo agradecer pela amizade ,ouvidos, e carinhos.
Eu não poderia deixar de dizer aqui, a voce,MÂE e amiga que és.
MÂE não só de seus filhos e netos, mas até minha por muitas vezes.
Com estes olhos lindos que voce tem , e que transmite toda uma luta diária, nos fazendo perceber que  o amor incondicional é que nos leva a perfeição.
Nestes teus gestos de carinho, onde as palavras nos caem tão bem ao coração, dizendo-nos que o dia por mais duro que esteja, vai ser sempre maravilhoso.
Neste teu afeto, que como MÂE,nos coloca no colo e nos sentimos no céu.
Deus te elegeu para que fosse portadora da amizade, carregando no coração, muitas pessoas que sei,gostariam de estar agora aqui escrevendo pra vc.
E é em nome de todas elas, amigos, filhos, netos, que desejo, do mais simples,mas mais verdadeiro sentimento,toda a felicidade que a vida posso lhe dar.
Obrigada, por fazer parte da minha história de vida,de me agarrar quando as angústias persistem, de aturar meus erros,e vencer comigo em meus acertos.
A voce MÂE MIRINHA, meu respeito, carinho e admiração.
Beijos amiga.
Continuemos na luta.
Te amo.
Sandra


RECORDAÇÕES

Naquela casa simples
Você falou pra mim
Que eu tivesse cuidado
E não sofresse com as coisas desse mundo
Que eu fosse um bom menino
Que eu trabalhasse muito
Que o nome do meu pai soubesse honrar
E nunca fosse um vagabundo 
Ainda não era dia e você me dizia:
Deus te abençoe, te guarde,
Se mantenha sempre em sua companhia.
E eu te olhei nos olhos, eu te beijei a mão
Eu disse amém
E o meu abraço fez você ouvir meu coração  
Vida minha, vida minha 
E andando pela rua
Meu pai bem junto a mim
Olhava com ternura
A lágrima molhar meu paletó de brim 
Toda a minha bagagem
Num banco da estação
Era de amor, coragem
As bênçãos do meu pai, a fé e um violão 
E na cidade grande
Tristeza e alegria
Uma saudade imensa
E a solidão que eu ainda não conhecia 
E o tempo foi passando
E então eu compreendi
Cada palavra sua
Naquela manhã do dia em que eu parti 
Vida minha, vida minha
Vida minha, vida minha 
E veio a primavera
E as flores do jardim
Enchiam de perfume
As cartas que chegavam de você pra mim 
Mas hoje com sorrisos
Podemos recordar
Mas sempre que me lembro
A emoção e dá vontade de chorar 
Vida minha, vida minha 
Vida minha, vida minha

Recordações

6 de mai. de 2010

A VOCES MÃES, DE NÓS MÃES


Não sabemos em qual fase de SER MÃE, voce está. mas com certeza, ja passou ou passará por  elas. A de ser desajeitada, a de ser coruja, a de ser dedicada, a de ser ouvinte-psicóloga, a de ser dorminhoca de sofá esperando a balada acabar, a de ser mãe-avó que pode e deve estragar os netos com mimos etc.
Não sabemos  bem.
Só sabemos que seja ela qual fase for, há de ser especial. Por que neste imenso amor que a gente sente pelos filhos, abrimos as portas do impossível para tentarmos estar atentos a toda e qualquer necessidade deles.As vezes somos agraciadas com um beijo de agradecimento, ás vezes não, mas nunca desistimos.
Acho que é este, o intuito de SER MÂE: jamais desistir de nossa  missão.
Por vezes é muito dificil, e vamos nós,chorar no cantinho do fogão, no escritorio, na sala, em cima do PC, em qualquer lugar que eles não estejam, pra que não nos vejam de coração amargurado.Tolas somos nós. Deveríamos sim, chorar perto deles, e nos deixar abater as vezes por essas angústias, e lhes dizer: olha aqui boy ou patricinha, to na minha falô? não me estressa e nem me segue que eu não sou novela. kkkk( não é assim que as vezes dizem kkk).
Iriam se assustar conosco, por que somos o exemplo da bondade, da misericordia,do alento, do colo, do sustento,da manifestação do amor.
Amor exigente, como dizem meus companheiros de reuniões.
Bom, apenas estamos aqui hoje, para desejar a voces MÂES GUERREIRAS, o nosso mais profundo sentimento de lealdade. Sim lealdade, pois também somos mães a escrever neste blog, nesta global oportunidade de lhes desejar tudo que de mais precioso temos nesta jornada materna.
Que Deus proteja a todas nós, nos fazendo crer nessa possibilidade de gerar vidas numa corrente humanística de solidariedade.
Beijos a todas voces.
Sandra e Mirinha




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Mãe,quem é voce? Maria Helena Gouveia


Mãe, quem é você?
Se estou feliz,
quantas vezes te esqueço;
se estou triste,
quantas vezes te procuro.

Mãe, quem é você,
que eu critico,
de quem eu exijo coisas tão pequenas
para satisfazer a minha comodidade,
mas a quem peço a maior ajuda
nos instantes mais difíceis?

Mãe, quem é você,
para quem eu tantas vezes
esqueço o meu carinho,
e de quem exijo tanta atenção?

Mãe, quem é você, com que discuto
e para quem peço conselhos?
Mãe, quem é você,
para quem reclamo sempre,
e para quem guardo
o abraço maior e a maior ternura.

Mãe, eu sei,
Você só é... AMOR.

Ser Mãe de Coelho Neto *


  
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
         onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
      sobre um berço dormindo! É ser anseio, 
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
                       Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
                       espelho em que se mira afortunada,
                       Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
                       Ser mãe é andar chorando num sorriso!
                       Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
                       Ser mãe é padecer num paraíso!

CALENDÁRIO MUNDIAL DO DIA DAS MÃE


2º domingo de maio – Estados Unidos, Brasil, Dinamarca, Finlândia, Japão, Turquia, Itália, Austrália e Bélgica
2º domingo de fevereiro – Noruega
2º domingo de outubro – Argentina
2º dia da primavera – Líbano
1º domingo de maio - Portugal
10 de maio – México
8 de dezembro –  Espanha
Último domingo de maio – Suécia
4º domingo da Quaresma – Inglaterra

AMOR DE MÃE

 
O Amor da mãe pode ser traduzido
em uma palavra: DOAÇÂO.
Falar desse sentimento é entender que ele
é a mais completa forma de amor.
Um amor que se doa,
coloca em primeiro plano o bem-estar,
a segurança de um outro ser.
Impossível falar de mãe
sem falar da pureza de um amor,
que diante de todo o sofrimento disse Sim: Maria.
Uma mãe que,
como tantas mães em nosso país,
olha com lágrimas nos olhos o presente
e o futuro árduo do filho.
Talvez seja por isso que a mãe Maria
se expressa em cada olhar de mãe,
em cada gesto de doação da mulher.
No rosto de uma mulher que assume
a maternidade inteiramente,
mesmo diante de tudo o que há de vir,
há a presença iluminada de um lado vivo,
mas esquecido por todos,
homens e mulheres:
O AMOR!!!!
 
Parabéns a todas as mães.
 
                    Nosso abraço,Sandra/Mirinha